sexta-feira, 20 de agosto de 2010

D.O.C. do Vale dos Vinhedos

      A Embrapa entregou, nesta semana, aos produtores da Associação de Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos – Aprovale, nove documentos técnicos com os estudos conclusivos que atestam a qualificação da região do Vale dos Vinhedos para ser reconhecida como a primeira Denominação de Origem (DO) de vinhos do Brasil.
       

Como são as certificações de origem
A Lei da Propriedade Industrial prevê dois tipos de selo: indicação de procedência e denominação de origem
1 - Indicação de procedência
Trata-se de uma versão mais simplificada das certificações. Esse selo mostra apenas a origem geográfica do produto — para conquistá-lo, basta que a maior parte da matéria-prima seja extraída na região em questão. Exemplo: vinhos da serra gaúcha
2 - Denominação de origem
É a versão mais sofisticada das certificações, pois determina não apenas a região de origem de 100% da matéria-prima como também as características e a qualidade da produção. Não existe nenhum produto ou serviço com esse selo no Brasil. Exemplo: vinho do Porto

Os estudos foram intensificados a partir de 2004 e comprovaram que os vinhos específicos obtidos através do Regulamento de Uso da DO possuem qualidades e características originais que se devem ao clima e ao solo da região, às variedades de uvas utilizadas  e aos métodos enológicos empregados.
Jorge Tonietto, pesquisador da Embrapa que coordenou o projeto de pesquisa, afirma que o modelo da DO Vale dos Vinhedos passará a ser uma referência entre os países produtores de vinho de qualidade de indicações geográficas do Novo Mundo. Ele ficou entusiasmado com os produtores da Aprovale, que assumiram um forte compromisso com a qualidade dos vinhos, através de um “Regulamento de Uso” e de uma “Normativa de Controle” estrita, que possibilita a certificação e a rastreabilidade dos produtos, mantendo os elementos de qualidade e tipicidade da região produtora do Vale dos Vinhedos.
O projeto foi desenvolvido com a Aprovale, sob a coordenação da Embrapa Uva e Vinho, em parceria com a Embrapa Clima Temperado, a UCS e a UFRGS. O projeto teve recursos financeiros da Finep.
O pedido da DO Vale dos Vinhedos foi protocolado dia 16 de agosto no Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI, no Rio de Janeiro, a quem compete reconhecer e outorgar a DO.


D.O.C. (Denominação de Origem Controlada), por vezes você já se deparou com essa inscrição nos rótulos dos vinhos que comprou (ou apenas namorou), ela não está lá por acaso.

D.O.C. significa que o vinho foi produzido dentro de uma região específica e delimitada, para garantir a procedência e a qualidade do vinho, praticamente todos os países vinícolas do mundo adotam o sistema de D.O.C.s, devido ao propósito de proteger seus bons vinhos e os produtores.

A primeira região demarcada do mundo foi a do Douro, isso aconteceu em 1756, foi o Marquês de Pombal quem a criou. A necessidade da criação desse sistema surgiu devido ao enorme sucesso comercial que o Vinho do Porto estava fazendo à época, com a demanda pelo Vinho do Porto aquecida, oportunistas e falsários vendiam Vinho do Porto adulterados ou falsificados, com isso o mercado começou a sentir os efeitos e as vendas diminuíam, o surgimento da Região Demarcada ajudou a diminuir as falsificações e adulterações.

Além de controlar o espaço físico, uma D.O.C. também controla a qualidade do vinho, bem como as castas que poderão ser utilizadas para a feitura do vinho naquela região.

Ao ler alguns rótulos na hora da compra, você poderá encontrar divergências entre os vinhos de países diferentes, é apenas uma questão de idioma, mas o significado é o mesmo.

Abaixo listo algumas divergências da inscrição D.O.C. que você poderá encontrar:

A.O.C. = Appellation d'origine contrôlée – França
D.O. = Denominación de Origen – Espanha
D.O.C. = Denominação de Origem Controlada – Países de língua portuguesa
D.O.C. = Denominazione di Origine Controllata – Itália
Q.B.A = Qualitätswein Bestimmter Anbaugebiete – Alemanha
W.O. = Wine of Origin – África do Sul

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